Terça, 26 Junho 2012 13:09
Como vês o atual Campeonato de Portugal de Ralis?O panorama do CPR não é famoso. Existem uma série de fatores que contribuem para a falta de concorrentes e que passam obviamente pela atual situação económica do país. A crise é uma realidade, e por outro lado, não existem incentivos para atrair mais concorrentes.
Quais são na tua opinião, as duas ou três medidas principais para revitalizar os ralis em Portugal?
O desporto automóvel tem morrido aos poucos durante os últimos anos. É triste ver bancadas vazias nos autódromos do Estoril, Braga e Portimão, assim como é doloroso perceber que o público se afasta dos troços de ralis, ou das especiais de todo o terreno, pela simples razão que falta promoção adequada, que falta emoção pela ausência de concorrentes, ou muito simplesmente porque os incentivos à prática de uma modalidade exigente e cara, ficam nas gavetas de quem tem a obrigação de defender uma modalidade e todos os seus praticantes.
Existem queixas de falta de investimento, porque não se criam condições e não se realizam parcerias que defendam os interesses dos praticantes, e por consequência, os direitos de um público que, em Portugal, sempre acarinhou o desporto automóvel. Veja-se o que aconteceu em Fafe numa simples demonstração que antecedeu o Vodafone Rally de Portugal. Foi um sucesso!
Para que haja investimento tem de ser garantido retorno aos investidores, que não se podem contentar com simples referências na Comunicação Social especializada, ou em sites de pequena ou grande divulgação. Sabemos que hoje a imprensa atravessa momentos difíceis e que os critérios editoriais são propensos a interpretações que ficam longe da realidade. Por isso, a televisão tem ganho sistematicamente a batalha das audiências, jogando no entanto a seu belo prazer com programação, divulgações e informação em horários estranhos que servem apenas uma clientela, afastando das grandes audiências temas como o desporto automóvel, entre muitas outras modalidades. Quem regula o desporto automóvel em Portugal, deveria ter mecanismos de força a nível social e económico, para que a transmissão televisiva das reportagens que são feitas nas mais diversas vertentes do desporto automóvel, fossem para o ar num horário que conseguisse ter audiências.
Na minha opinião, a promoção é essencial, como importante será também lutar para arranjar mecanismos que consigam defender uma modalidade que tem tradição e audiências em Portugal. Com o contributo de todos poderíamos ter um CPR forte e aliciante para os investidores.
Esperas ter mais clientes para a segunda fase da temporada de 2012?
Ao longo dos últimos anos a ARC Sport tem dado respostas à esmagadora maioria das solicitações que nos fazem, sejam elas antes ou durante os respetivos campeonatos. Esta época também estamos prontos a apresentar soluções a possíveis clientes que possam surgir. É assim que tem de funcionar uma empresa que abraçou o desporto automóvel com toda a dedicação e entusiasmo.
Foto: João Lavadinho