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Editorial

editoro271013A semana que passou foi profícua em boas notícias para os ralis de uma forma geral.

Começando pelo topo, destaque para o domínio da Volkswagen no Mundial de Ralis, através de Sebastien Ogier. Vencer os dois títulos na época de estreia é algo só ao alcance de quem investe muito dinheiro, mas também de quem trabalha, em todas as áreas, de forma orientada e com um objectivo final: vencer.

A Volkswagen quando há dois anos disse que ia entrar no WRC, com um investimentos a 3 anos de 100 milhões de Euros, quase que se vaticinou de pronto qual era o resultado. Para além dos títulos, o que mais me entusiasmou foi a forma como a Volkswagem entrou no Mundial de Ralis, com um tremenda máquina de comunicação, tão oleada como a área técnica, desportiva, logística e comercial, que revolucionou a forma de divulgar a sua equipa e os seus feitos. Ao contrário da Citroen e da Ford, que passaram anos a lamentar-se da ausência de um promotor, foi a própria Volkswagen que recorreu a tudo o que as novas tecnologias podem proporcionar ara criar um novo rumo em termos de comunicação (a todos os níveis).

A segunda nota vai para o Rali de Espanha. Mais uma vez (a exemplo do que tinha feito nos últimos anos) a organização sobe recriar o velho espírito dos ralis dentro das "atacadas" regras da FIA. Troços de noite, uma etapa em asfalto e outra em terra, ao longo de dois dias em meio de prova. Um regalo para quem gosta de ralis, e um ensinamento a todos os outros organizadores, incluindo o ACP, da necessidade de fazer evoluir as provas em detrimento de esquemas semelhantes e rotineiros todos os anos.

A última nota vai para o Rali de Viana do Castelo. Um sucesso desportivo e comercial para Viana do Castelo, com o CAST (sabendo aproveitar a sorte) a transformar uma prova do regional norte num evento com visibilidade, bem promovido e que movimentou muita gente, merecendo um lugar não só no Open como até no CPR, contrastando com alguma pobreza organizativa que se vai vendo por estas competições.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

editoria2011013Sempre fui muito critico em relação a muitas decisões da entidade federativa, pelo efeito nefasto que elas tiveram nos ralis.

Não tenho contudo participado muito naquela onda negativista a dizer que os ralis estão mal em Portugal e que lá fora é que é bom. Em certos aspetos os ralis até estão bem e recomendam-se, nós é que temos a mania (somos portugueses) de dizer mal de tudo e de todos.

Se olharmos do ponto de vista federativo, lembre –se que já existe um novo elenco na FPAK (não parece, pois não!!!), junto-me a essas criticas de que os ralis, por via regulamentar, entraram num labirinto difícil de aceitar e de explicar.
Infelizmente muitos dos clubes que tiveram oportunidade por mais do que uma vez de alterar o rumo dos acontecimentos também não o fizeram, mantendo este "status quo".

Mas existem outros pontos de vista. Veja-se o que muitos pilotos já estão a preparar para 2014. Novos carros, novos troféus, e outras iniciativas que demonstram que ainda existe muito boa gente com vontade de fazer crescer os ralis em Portugal. Por este ponto de vista ninguém pode dizer que os ralis estão mal, pois antevê-se uma época de ralis como não tivemos nos últimos anos.

O que não se percebe bem, é como é que esses pilotos e equipas, que muito investem na modalidade continuam sem ter voz ativa na FPAK e a não serem eles a definirem entre si quais as regras do jogo que pretendem jogar em 2014.
Apesar de alguns projetos milionários e sempre bem vindos, não nos podemos esquecer dos outros 95% de pilotos que fazem o grosso das listas de inscritos e que sem eles também não existem ralis.

Tudo isto para dizer que se antevê uma boa época de ralis se... e só se, os novos calendários para 2014 contemplarem uma efetiva redução de custos. Se as provas internacionais voltarem a entrar no CPR e foram decisivas para a classificação final do CPR, temo que esta competição se esvazie e que apenas uma ou outra prova possa vir a ser interessante.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

loeb13tchauDecorreu este fim-de-semana o Motorshow na Exponor. Um excelente evento que concentra muito interessados (leia-se entidades e pessoas) que vivem o desporto automóvel em geral e os ralis em particular.

Por lá se viu pilotos, imprensa, patrocinadores, equipas, clubes, entre muitos outros, mas a nova FPAK nem vê-la. Mais uma vez continua a passar ao lado de eventos onde poderia sentir o pulso ao estado do automobilismo.
Aproveitei o evento para saber o que muitos pilotos pensam sobre as ideias para o novo CPR 2014 que o Ralis Online avançou em primeira mão e que resultam de uma proposta da Associação de Clubes Organizadores de Ralis.

O aumento do número de provas do CPR não é bem visto, nem muito menos o possível fim do Open, mas o mais confrangedor é que os pilotos (na sua generalidade) continuam a não ser ouvidos em relação aquilo que pensam sobre o que deveria ser o CPR e os ralis num futuro próximo.

No Mundial de Ralis entrou-se definitivamente numa nova era. Com Sebastien Loeb atravessou-se uma longa época que começou com o fim da carreira de grandes nomes (Carlos Sainz e até Colin McRae, entre outros) e acabou com o aparecimento de novos ídolos para o futuro (como Sebastien Ogier e Thierry Neuville).

Para além dos títulos e de todas as marcas que alcançou, que nem se discutem tal a frieza dos números, o que Loeb trouxe para os ralis foi a frieza, o treino intenso (com múltiplos testes) e a preparação (mental e física), que lhe permitiram estar sempre no topo ao longo da sua carreira.

Apesar de não ser um ídolo para mim, tenho que reconhecer que o seu método para vencer foi muito (mesmo muito) eficaz. Acredito que o Rali de França não tenha ainda marcado a despedida de Loeb dos ralis. De qualquer a sua marca ficará para sempre.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

editori131013Dos muitos anos que já levo e ralis, contam-se pelos dedos das mãos o número de clubes que por razões diversas me solicitaram opinião sobre um ou outro assunto.

Uma dessas entidades é o Clube Automóvel de Amarante, que soube escutar, soube pensar e ousou aplicar na prática uma pretensão antiga do Ralis Online sobre como deveria ser o esquema de um rali do Open, para quem tem apenas três troços.

A Clube Automóvel de Amarante provou na prática a validade de um esquema de troços que potencia, para os espetadores, ver o maior número possível de especiais de classificação, mas também potencia a segurança (reduz para metade o trânsito entre troços) e cria uma maior dinâmica em termos desportivos.

Também para o fotógrafos e operadores de imagem, amadores ou profissionais, houve a possibilidade de fotografar / filmar todos os concorrentes em quatro troços, quando normalmente em ralis do Open com três troços em linha disputados duas vezes, só existe a possibilidade de o fazer duas vezes. Digamos que a diferença é de 50% a mais!!!

Quem ganha com isto? Todos!!! Desde os espectadores aos pilotos, passando pela organização, todos saíram a ganhar do Rali do Baião.

Agora é preciso que outras organizações pensem nisto e pensem em inovar (sem que tenha mais custos com isso) no sentido de permitir que quem se desloque à estrada consiga ver o maior número de troços possível, até porque sem público o rali tem muito menos piada.

Refira-se ainda que a postura evidenciada pelo Clube Automóvel de Amarante, mostra também aquilo que FPAK e clubes deveriam fazer, isto é, ouvir todo aqueles que direta ou indiretamente tenham intervenção neste fenómeno que são os ralis, trazendo para a modalidade aquilo que todos queremos: mais pilotos, mais adeptos e mais espetáculo.
Bons Ralis, mas em segurança!!!

pedroduarte13Se me perguntassem há uns anos atrás se seria possível fazer um campeonato federado de ralis, eu ria e diria "era bom, não era?!"!

Mas na verdade.. não é que aconteceu?!.. Sem pensar em resultados, simplesmente andar, desfrutar, divertir..

Claro que teve momentos de algum desânimo.. desespero(!!!) (Rali de Castelo Branco - "Costa, a gasolina não chega!!!"), sustos!!!! ( Rali de Mortágua - "não temos travões Costa!!"), não da para explicar todas as experiências vividas! Só vivendo e sentindo se percebe.

O prazer de privar com pessoas que geralmente só as via passar dentro dos "canhões". Falando em resultados, nunca pensei ficar em 3.º do CRRC nas duas rodas motrizes, foi claramente acima do que estava a espera, para mais com um carro praticamente de série, sendo um dos menos (senão o menos) desenvolvido do pelotão que anda nos ralis hoje em dia.

Claro que tudo isto só foi possível com o apoio de N pessoas, as quais não vou enumerar com o receio de me esquecer de alguém, e que acreditaram em mim e no Filipe Nuno Marques, sendo este o doido por ralis que se sentou este ano ao meu lado.

Por fim agradeço aos Patrocinadores, Cutipol, International House de Viseu, Laboratórios Biocol, Laranja, Naturelis, Lusodiete, Bar Montanha Caramulo, Giesta Dourada, Pinto Seguros, Autolages, Mel do Caramulo, LiderPneus. E dos Apoios Media, Doidos por Rally, RallyMania, Ralis Online, bem como de todos os fotojornalistas.

E quem sabe.. até para o ano que vem!!
Pedro Duarte