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Editorial

editorial060414Nos mais de 20 anos que levo de carteira profissional de jornalista e quase tantos como aqueles que levo a fazer a cobertura dos mais variados ralis de norte a sul do país, é curiosamente o Rali de Portugal, a maior e mais importante prova de estrada que existe no nosso país, aquele que piores condições me dá para trabalhar.

Depois de 14 anos de site Ralis Online, destinado a promover os ralis em Portugal (sempre foi este o lema), em todas as provas em que estive presente neste anos sempre obtive credencial como jornalista e fotógrafo. Não preciso de falar do meu trabalho, pois ele está publicado, nem mostrar as milhares de fotos que estão publicadas.

Depois do que tenho visto nos últimos anos, sobre a acreditação de fotógrafos (que nem carteira profissional têm alguns), e não querendo discutir os critérios do ACP e dessa organização suprema que se chama FIA para a atribuição de colete para fotógrafo, não posso admitir a falta de respeito com que o Ralis Online é tratado pelo ACP.

O Ralis Online não quer nem mais nem menos a que os outros órgãos de comunicação social (que profissionalmente fazem o seu trabalho) têm acesso para fazer uma cobertura correta e condigna do Rali de Portugal. Se em todas as outras provas me são facultadas as condições normais para poder fazer um trabalho condigno, porque razão não tenho as mesmas condições para trabalhar no Rali de Portugal? Por ser responsável um órgão de comunicação social digital?

Nunca tentei arranjar esquemas nem amizades para ter acesso a determinadas condições de trabalho, nem mudar o meu nome para um nome estrangeiro, para então ter as portas abertas da organziação do Rali de Portugal. Quero apenas ter acesso às mesmas condições de trabalho que qualquer outro órgão de comunicação social especializado em ralis tem, até pelo fato de ser jornalista profissional com carteira profissional.

Como tive apenas a credencial, que até me dá acesso a determinadas mordomias no parque de assistência, que dispenso totalmente, nos troços acabo por ser um espectador como qualquer outro (que até gosto), pois lá a dita credencial não serve para nada.

Como este ano a fobia do ACP pela segurança foi levado ao extremo, como nunca tinha sido até agora, acabei também por sofrer as agruras de alguns Marshall "estupidificados", aos quais são incutidos conceitos que nada têm a ver com o bom senso.

Apesar destas questões pessoais com um clube que até ainda sou sócio (ainda), tivemos um belo Rali de Portugal, com alguma emoção do ponto de vista desportivo, mas que foi seguramente um grande espetáculo na estrada, presenciado por milhares de espetadores. Depois das duas primeiras provas do CNR (Fafe e Guimarães), o adepto de ralis voltou a estar presente e isso é bom para a modalidade.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

editoria300314Gostava sinceramente de acreditar que a nova direção da FPAK está de boa fé a comandar os destinos do desporto automóvel em Portugal.

Disse gostava porque os recentes acontecimentos têm deixado a entender exatamente o contrário. A desculpa que a FPAK encontrou para rejeitar a realização da i-Drive Cup é no mínimo absurda, monopolista e vai contra o livre mercado da concorrência entre duas competições que tinham que fazer valer os seus argumentos para atraírem pilotos.

Mesmo que as pessoas sejam sérias e estejam de boa fé, a decisão levanta imensas suspeitas apenas pela natureza da própria decisão. Então a FPAK rejeita um projeto de baixo custo que pode trazer jovens pilotos para a competição, por exemplo, do Karting para a velocidade e mesmo para os ralis?

Vá lá. Digam-nos lá as razões verdadeiras, pois são essas as únicas que interessam.

Mas os exemplos desta semana não se ficam só por aqui. A FPAK sabe bem as cartas e os e.mails que tem recebido de pilotos nos últimos tempos, alertando para uma quantidade de absurdos regulamentares, que aliás o Ralis Online tem vindo a chamar a atenção.

Mudando de assunto, para algo bem mais positivo.

O Fafe Rally Sprint foi um sucesso e teve público até às costuras. Já se sabe que é assim que acontece no norte e que o Presidente do ACP está com uma vontade enorme de arriscar para levar o rali para norte.

A decisão ainda não está tomada, mas as câmaras municipais do norte e centro (que estarão envolvidas e que serão mais ou menos 10) estão quase convencidas em avançar.

Para ser muito sincero, e não querendo especular por esta tremenda necessidade mercantil de levar o rali para centro / norte, o mais importante para mim é que o Rali de Portugal não se perca novamente.

O cansaço da prova no sul tem só a ver, na minha opinião, com a quase total falta de inovação que a prova tem demonstrado nos últimos anos. O esquema do rali é quase sempre o mesmo e os troços usados também não variam muito de ano para ano.

Ora se o ACP nunca arriscou muito com a prova no sul do país, qual a razão agora porque quer arriscar tanto, levando a prova para norte?

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

 

editorial932014Mesmo tendo sido um rali surpreendente do ponto de vista desportivo (talvez mesmo o melhor rali do Nacional que me lembre de ter visto) o Rali Cidade de Guimarães deixou alguns sinais que funcionam como um aviso para o futuro, assim os dirigentes federativos pretendam evoluir esta modalidade no bom sentido.

Em primeiro lugar, nunca deveria ter havido um rali de asfalto 15 dias depois da prova de abertura do CNR ter sido realizada em terra. É um erro regulamentar que revela que a FPAK se deixou levar pelos clubes, mas que teve longe de acautelar os interesses dos pilotos e das equipas. Em Guimarães não faltaram reclamações.

Também se deve evoluir na segurança e não apenas dos pilotos mas dos espectadores. Não se pode facilitar em demasia em ralis que têm tido muito mais público do que tiveram num passado recente, correndo-se alguns riscos em matéria de segurança que poderiam ser evitados. É que curiosamente nem sequer tem sido feita qualquer pedagogia ao nível da segurança e da colocação dos espetadores nos ralis.

Ficou evidente mais um vez a importância que os tempos têm numa prova de ralis atualmente. O Targa não falhou nisso, mas ficou mais uma fez provada que algumas das situações de 2013 não se podem repetir em 2014 a bem da verdade desportiva dos ralis e da credibilidade desta modalidade.

A vinda da Copa Suzuki a Portugal espera-se que tenha sido um bom sinal de alerta para a FPAK. Só promovendo competições destas e da forma como a Suzuki o está a fazer será possível trazer novos talentos para os ralis. Esta competição também nos veio mostrar que não são só os pilotos que pagam a festa, pois a organização retribuiu a aposta dos pilotos com prémios aliciantes. Tratar bem os clientes dos ralis, que são os pilotos, é meio caminho andando para o futuro deste tipo de competição, como bem se demonstra por esta inicitiva que se chama Copa Suzuki.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

editori16414Nesta altura dos campeonatos a FPAk já deve ter percebido claramente que meteu os pés pelas mãos em relação aos Campeonatos de Ralis Norte, Centro e Sul, bem como em relação ao fim do Open e dos regionais.

Se no norte as duas primeiras provas ainda reuniram alguns interessados, no sul foi o que se viu este fim-de-semana em Vila do Bispo e no centro foi a trapalhada absoluta com o regulamento do Rali de Penela a ter que ser alterado à pressa para se justificar tamanha disparidade entre os valores de inscrição do CRC e do TRRC.

O organizador nada tem a ver com isto, mas sim a FPAK que iria permitir que com os mesmos quilómetros de prova os concorrentes do CRC pagassem cerca de 450 euros de inscrição e os concorrentes do TRCC cerca de 120 euros. A solução foi acrescentar mais uma PEC ao rali para os concorrentes do CRC e assim já está justificada a diferença de preços nas inscrições.

Mas não ficamos por aqui. A insistência da FPAK, com o beneplácito do ACP, que pretendia fazer disputar o CRC, CRN e CRS no final do Rali de Portugal. Por um lado esta situação revela uma falta de conhecimento do troço de São Brás de Alportel (inadequado para os ex-VSH), por outro votava-os ao abandono. Agora viu o erro em que se meteu e tentou corrigir com uma medida de recurso, passando o Rali de Portugal Promoção para 6ª feira!!! Só mesmo em Portugal se brinca desta forma com os regulamentos e com os pilotos.

Está claramente provado o erro estratégico que foi acabar com o Open e com os regionais, tal como eram conhecidos, e promover ralis que, muito me engano, terão os dias contados pois serão "absorvidos" pelos Ralis Sprint.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

editorial020314O início do Campeonato Nacional de Ralis deixou em aberto uma série de fragilidades regulamentares que, sendo certo que já se esperavam, também se poderia esperar um pouco mais de rigor face à vontade federativa de querer mudar o rumo dos ralis.

Se nos reconhecimentos continua a existir uma total liberdade, a FPAK esqueceu-se de divulgar a lista de inscritos do campeonatos antes do Rali Serras de Fafe começar, pelo que havia pilotos que ainda não sabiam ao certo qual a pontuação com que tinham saído de Fafe... dois dias após o fim do rali!!!

Se existem controlos horários, sejam antes, durante ou depois da parte desportiva, também eles são para cumprir, ao ponto de ser colocar mesmo em causa a verdade desportiva.

Também ficou evidente que a programação do calendário de provas foi profundamente errada, tal como consta do regulamento do CNR. Não só é evidente que não pode haver duas provas do Nacional de Ralis separadas por 15 dias (num calendário de 8 provas) como não faz qualquer sentido que depois de uma prova de terra se tenha uma de asfalto para em breve se voltar à terra.

Pilotos existem que não poderão ir a Guimarães depois dos problemas que tiveram em Fafe (despistes, falhas mecânicas, etc) e mesmo o Campeão Nacional equacionou a hipótese de correr em Guimarães ao volante de um Gr.N.

Também é urgente rever o regulamento dos carros de segurança. Um carro de segurança tem uma função muitoe específica dentro de um rali, e o que se tem visto em muitas provas, está longe daquilo que um carro de segurança deve fazer numa prova, nomeadamente no Nacional de Ralis.

Nos regionais também existe muita confusão quer no plano técnico quer desportivo. Os regulamentos foram sendo ajustados na semana do Rali Serras de Fafe e não é fácil perceber as diferenças que existem entre o Grupo X e a Promoção. Os 2RM passaram, e bem, a ter uma classificação, mas não é compreensível que se tenha feito tudo em cima do joelho.

Também pouco aceitável foi a solução escolhida para o Rali de Portugal Promoção, que acolhe os campeonatos Norte, Centro e Sul. Fazer uma prova quando ainda está a decorrer a Power Stage do Mundial de Ralis não é de todo uma solução que dignifique estes campeonatos "regionais", que já recebeu muitos protestos dos pilotos esperando-se com expectativa saber quantos é que se irão de facto inscrever nesta prova.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem