faceralis

 

penafielracingfest

Contra todas as expetativas, a Q&F decidiu, esta quinta-feira, cancelar a realização da i-drive Cup, troféu destinado a pilotos em início de carreira que utilizaria o Ford Fiesta EcoBoost 1.0, devido à intransigência da FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting) em autorizar esta nova competição monomarca de velocidade, culminando um processo que se arrasta desde Outubro de 2013. Na ótica do organismo presidido por Manuel Mello Breyner, e que o levou a uma decisão sem precedentes na história do desporto automóvel nacional, a i-drive Cup (cujo nome oficial seria EcoBoost Cup) "canibalizaria o outro troféu já existente, Fiat Abarth 500".

Deste modo, e na sequência dos resultados infrutíferos da reunião de responsáveis da Q&F e da Ford Lusitana – duas empresas de referência no automobilismo português, quer através do apoio a pilotos quer na promoção e organização de competições –, com a FPAK, na tarde desta quarta-feira, ambas as empresas entenderam que não estavam reunidas as condições para cumprir os objetivos delineados para a i-drive Cup.

"Nunca imaginei que uma federação desportiva como a FPAK pudesse rejeitar, de forma tão displicente, uma competição com as caraterísticas, a nível de performance do carro e dos reduzidos custos de participação, da i-drive Cup, que viria preencher um vazio ainda existente no panorama das competições de velocidade, para os jovens pilotos que saem do karting. O tempo encarregar-se-á de fazer algumas pessoas perceber de que lado estava a razão...", afirmou Mário Quintaneiro, da Q&F, sem esconder a desolação de quem vê gorado um projeto como o da i-drive Cup.

"Foi uma surpresa esta tomada de posição da FPAK, tendo em conta que a i-drive Cup era uma competição desenhada para jovens pilotos em início de carreira e com custos reduzidos. Nesta reunião procurámos, junto da entidade federativa, encontrar soluções e alternativas, mas não sentimos por parte da FPAK qualquer abertura para alterar a sua posição", acrescentou Mário Quintaneiro.

Cronologia da i-drive Cup vs FPAK

2013
10 Março – A Q&F apresenta à Ford Lusitana o projeto de realização de uma competição, utilizando o Ford Fiesta, destinada a jovens pilotos oriundos do karting.

9 Outubro – Numa reunião por si solicitada, na sede da FPAK, com Manuel Mello Breyner, e os dirigentes do mesmo organismo Paulo Campos, Luís Santos e Joaquim Capelo, Mário Quintaneiro expôs a intenção da Q&F organizar uma competição para jovens pilotos oriundos do karting (Campeonato Nacional ou troféu monomarca). Paulo Campos assegura que a FPAK recebeu várias propostas de troféus e que as mesmas vão ser merecedoras de análise.

26 Outubro – Durante a Taça de Portugal de karting, no kartódromo de Braga, Mário Quintaneiro, da Q&F, aborda o presidente da FPAK, Manuel Mello Breyner, presente no evento, e reitera, verbalmente, a vontade de avançar como projeto de organizar uma competição destinada a pilotos iniciados.

7 Novembro – Um dossier completo (em formato de livro) do projeto, já então designado pela Q&F de i-drive Cup, englobando especificações do Ford Fiesta, calendário de provas, etc., é entregue, via Chronopost, na sede da FPAK.

20 Dezembro – José Pedro Fontes inicia para a Q&F, na pista de Braga, o primeiro teste de desenvolvimento do Ford Fiesta 1.0 EcoBoost, para definir as especificações técnicas (relações de caixa, suspensão, eletrónica do motor e pneus) do carro da i-drive Cup.

2014
22 Janeiro – A Q&F solicita à FPAK, através de e-mail, informações relativas a custos de licenças para a organização de um troféu monomarca.

23 Janeiro – Chegam ao Porto, provenientes da fábrica da Ford de Colónia (Alemanha), os 20 Ford Fiesta 1.0 EcoBoost encomendados com especificações próprias de troféu, para serem preparados para a i-drive Cup.

3 Fevereiro – A FPAK, através do seu diretor-geral, Joaquim Capelo, que assina o e-mail em nome da Direção – "embora não tenha oficialmente recebido nenhuma proposta de organização desta competição [i-drive Cup]", pode ler-se – , comunica pela primeira vez à Q&F que não tem intenção de autorizar a realização da i-drive Cup.
"Entendemos que a criação da competição que agora nos 'apresenta' (um troféu monomarca para a velocidade) não será a medida mais certa para se implementar neste momento, pois aumentando a oferta de competição aos pilotos iria criar uma dispersão e tornar ainda mais fracas as 'grelhas' dos campeonatos nacionais e dos troféus existentes", diz o referido e-mail da FPAK, que acrescenta: "Para além disso, entende a FPAK que ao existir um troféu com caraterísticas semelhantes (performance e preço), não será correto a autorização de um outro que se afirma como direto concorrente, face aos argumentos acima apresentados".

17 Fevereiro – Mário Quintaneiro, administrador da Q&F, procura desbloquear o "não" da FPAK, dialogando, via telefónica, com Manuel Mello Breyner, mas este mantém-se intransigente, argumentando que "existindo já o Troféu Fiat Abarth 500, a chegada de um novo troféu iria canibalizá-lo".

17 Março – A Q&F e a Ford Lusitana solicitam à FPAK uma reunião com o seu presidente, na tentativa de desbloquear a autorização para a realização da i-drive Cup.

26 Março – Mário Quintaneiro (Q&F), Pedro Paula Pinto (diretor pós-venda da Ford Lusitana) e Anabela Correia (diretora de comunicação e relações públicas da Ford Lusitana) reúnem na sede da FPAK com Manuel Mello Breyner e Paulo Campos, mas o presidente diz que a sua decisão de não autorizar a EcoBoost Cup como troféu na velocidade é irrevogável.

Não lhe é permitido comentar.