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castro1Paralelamente à sua longa e farta carreira de navegador, o fafense tem assumido outra enquanto piloto, almejando também aí estar a saborear o sucesso. 2021 voltou a ser um ano onde se destacou no Campeonato Norte de Ralis.

É reconhecidamente um dos nomes grandes dos ralis nacionais. Enquanto navegador, é detentor de um título nacional absoluto, de vários outros troféus e de muitas vitórias e pódios para celebrar. Paralelamente, Mário Castro nunca enjeitou experimentar o desafio de assumir o volante de um carro de competição.

Fê-lo, pela primeira vez, no ano de 2004 quando participou "em duas corridas de resistência no Autódromo do Estoril inseridas no troféu Endurance Sport a convite da organização. Foi uma experiência incrível para mim e que muito agradeço ao Sr. António Teixeira e á sua filha Diva Teixeira pela oportunidade que me deram. Foram duas excelentes corridas em que até eu fiquei surpreso com a minha prestação pois por muito pouco não vencemos uma das corridas, mas ainda assim ficou o registo de eu ter conseguido a volta mais rápida da corrida frente a adversários de grande valor como por exemplo o José Carlos Macedo entre outros".

Foi experiência única até 2015. Então, Mário Castro conseguiu "reunir condições para adquirir um Ford Fiesta R1 e participar em alguns ralis. Logo no primeiro ano com o Fiesta, venci o Grupo P2 na Taça de Portugal de Ralis. Entretanto, em 2016, tive uma outra grande experiência ao volante. A convite do meu amigo Pedro Dias da Silva (meu ex-piloto) participei nas 24 de Fronteira tendo sido uma experiência incrível apesar de o resultado não ter sido o desejado pois tivemos vários problemas mecânicos!".

Mas os ralis são o "negócio" do coração de Mário castro e, aos comandos do Fiesta, o fafense acabou por "competir quatro anos fazendo essencialmente provas do Regional Norte, tendo-me sagrado vencedor do Grupo P2 em 2016, 2017 e 2018. Consegui ainda, o que considero um excelente resultado, alcançar o 4º lugar absoluto no Regional Norte de 2017 com um carro manifestamente inferior à maioria da concorrência".

Em 2019, Mário Castro optou "por tentar algo mais e reuni as condições para passar a utilizar um Fiesta, mas já da classe R2. Fui novamente vencedor do Grupo P2 em 2019 e 2021, mas tenho a noção de que a concorrência não era muita e por isso eu não ter dado tanta importância a esse feito. Um dos meus handicaps perante a minha concorrência ao longo destes anos é que eu nunca consegui fazer um campeonato completo porque a minha prioridade sempre foi e será a minha carreira como navegador. Ainda assim, estou extremamente orgulhoso com tudo aquilo que a minha equipa tem feito pois temos andado constantemente entre os 10 primeiros e a lutar pelos melhores lugares no que às duas rodas motrizes diz respeito. Ainda em 2021 fomos quartos da categoria, tendo participado em apenas metade das provas. Além da importância dos resultados, há outras coisas que tem enriquecido muito a minha carreira e essencialmente fazer-me sentir realizado como por exemplo ter tido a oportunidade de participar num rali do ERC em 2020, de ter ido por duas vezes à Ilha da Terceira participar em ralis do campeonato açoriano, entre outras coisas mais".

Quanto ao rescaldo de 2021, Mário Castro assume que "esperava melhores resultados, mas ainda assim não posso dizer que saí frustrado. A qualidade e quantidade dos pilotos e carros no Regional Norte que, contrariamente ao que muita gente pensa, é muito boa e por isso quem quiser vencer tem de lutar muito por isso. Eu encaro os ralis dessa forma, seja como navegador, seja como piloto. Dentro das minhas possibilidades, das minhas capacidades e dos meios que tenho vou sempre à luta pelo melhor lugar possível e foi isso que mais uma vez em 2021!".

Como melhor momento, destaca "a vitória nas 2RM em Famalicão, mas nos outros ralis estive quase sempre na luta pelos melhores lugares se bem que, mais para o final da época, não consegui estar tão competitivo porque o orçamento era muito reduzido e fui obrigado a participar nos últimos ralis em condições, vamos chamar precárias para quem quer vencer. Mas se considerar que apenas estive presente em apenas 6 ralis, terminar em 4º das 2RM e 6º absoluto só pode ser considerado um resultado bastante satisfatório".
Convidado a debruçar-se sobre a sua forma de ser enquanto piloto, Mário Castro é sólido na convicção de que é "um piloto que não se pode queixar muito do que tem conseguido. Já tive alguns dissabores, mas coisas normais das corridas pois quando chegamos ao final de uma prova e sentimos que poderíamos ter conseguido um resultado melhor vimos sempre para casa a refletir sobre o que possa ter feito para que tivesse corrido melhor. Há uma coisa que eu me orgulho e tenho a perfeita noção de que é um dos meus pontos fortes relativamente a muitos pilotos. Eu sei perfeitamente quais as condições e qual o meu nível de competitividade para cada prova e faço sempre uma gestão muito boa do rali perante tudo isso e quando olho para trás vejo que o que fiz, a gestão que fiz, foi realmente a melhor e mais acertada e por isso virem daí às vezes grandes resultados quando nós próprios dentro da equipa sabíamos de antemão que seriam muito difíceis de concretizar. Desistir é a coisa que mais odeio. Prefiro terminar em último a desistir. Felizmente, em 40 ralis apenas desisti 4 vezes, mas a desistência que me deixou mesmo triste foi em 2019 no rali Montelongo, quando liderava o rali entre os concorrentes elegíveis para as contas do Regional Norte e desisti a um troço do final com problemas de travões. Foi uma desilusão enorme para toda a equipa pois poderia ter sido uma vitória em casa".

E 2022?

Mário Castro começa por lembrar que "nunca foi, nem nunca será fácil colocar de pé um projeto, mas este ano está a ser ainda mais difícil. Houve um atraso muito grande na divulgação dos calendários, quais os campeonatos que iriamos ter em Portugal e seu regulamento desportivo e técnico e isso fez-me estar parado à espera de toda informação. Ainda hoje não há um calendário do novo Campeonato Start de Ralis!".

O fafense quer, mesmo assim, estar "no ativo em 2022. Como navegador, que será sempre a minha prioridade, não tenho nada definido, mas espero fazer algo. Como piloto, e ainda que apenas esta semana tenha começado a trabalhar no projeto pelos motivos que mencionei anteriormente, o que eu gostaria de fazer era participar em 6 ralis do novo campeonato Promo de Ralis e no Rali Montelongo, mas estou à espera de ver o que nos reserva o Campeonato Start Norte pois poderá ser uma hipótese para mim. Quanto ao carro a utilizar passará sempre por um 2RM. A continuidade com o Fiesta será quase uma certeza, mas se eventualmente vender o carro, pois estou a tentar, irei adquirir um outro da mesma categoria".