Quinta, 14 Março 2024 21:29
O Campeonato de Portugal de Ralis mudou de latitude e depois de ter andado muito a norte, no Rali Serras de Fafe, agora é o momento de o campo de batalha mudar para o sul. Muda-se não só o lugar, como o tipo de terra dos troços, o tipo de desenho das especiais, muito provavelmente também se altera o tempo (normalmente faz sol e está mais calor), mas o que não se altera mesmo é o lote de candidatos aos primeiros lugares.
Aliás, o favoritismo vai de novo, na integra, para Kris Meeke, que tem como o único contra não conhecer tão bem os troços do Rali do Algarve, pois quanto ao resto está tudo a seu favor. Pode correr os riscos que quiser e atacar desde o momento inicial, como fez em Fafe, e esperar dois ou três troços para ver se terá companhia na luta pelo primeiro lugar. Não se acredita muito que tal possa acontecer, mas em troços tão rápidos e traiçoeiros, podem acontecer azares, como pode acontecer que Ricardo Teodósio e Armindo Araújo se sintam com vontade de atacar. Aliás, ao algarvio não lhe falta nada para “arriscar” um pouco mais que os outros, até porque sabe que não é nas zonas rápidas que perde para Meeke, mas sim nos troços mais lentos (que não existem propriamente neste rali).
A Armindo Araújo, que não esteve presente nesta prova em 2023, o desconhecimento do terreno é maior que o dos seus adversários, mas já provou algumas vezes (incluindo no último rali em Fafe) que pode acompanhar de perto o ritmo de Meeke.
Entre estes três pilotos deverá estar o vencedor do rali, mas será muito importante acompanhar o desempenho de outras equipas. Uma delas é do regressado Rui Madeira, com um Ford Fiesta Rally2. O piloto de Almada não tem estado parado e a última vez que conduziu um Rally2 (Rally de Lisboa de 2023), andou ao nível de... Ricardo Teodósio.
José Pedro Fontes terá como objetivo limitar as perdas ao máximo, isto é, um quarto lugar em condições normais é um bom resultado, mas se houver percalços à sua frente, um pódio neste rali seria excelente.
Certamente que vai ser um rali interessante e disputado, ideal para ver a evolução de pilotos como Lucas Simões, Ernesto Cunha, Pedro Meireles (que poderá entrar no top5), Pedro de Almeida e até de Paulo Neto ou Diogo Salvi, todos eles com intenções de terminar nos 10 primeiros.
Vai ser também muito interessante de seguir as duas rodas motrizes, novamente com Gonçalo Henriques como alvo a “bater”, sendo que neste rali se estreia ainda a Peugeot Rally Cup Portugal, o que traz ainda mais um lote de grandes nomes para a estrada e para a luta nas 2RM.
Espera-se que a experiente organização do Clube Automóvel do Algarve tenha aprendido com o que não correu bem em 2023, assistindo-se já a mudanças no desenho da Super Especial de Lagos e na partida para os troços (dois em dois minutos).