Mercê de um ano em que foram sempre muito competitivos aos comandos do Citroen Saxo da Race2win, a dupla leiriense constituída por Fábio Santos e Pedro Santana conquistou o título no Campeonato Start Centro de Ralis. O cetro foi o prémio justo para mais uma temporada em que Fábio Santos voltou a demonstrar toda a sua rapidez e consistência.
No início da temporada, o que esperava de 2023?
"No início da temporada não esperava nada para ser sincero. Ia ser pai e essa era a maior preocupação, anseio e felicidade. Era e ainda continua a ser, o meu foco. Tinha na ideia fazer um ou dois ralis para não perder o embalo, mas sem pensar em campeonato. Já tinha contactado o Pedro Santana, o meu navegador e a partir daí começamos a organizar as coisas de outra maneira, não preocupados com quaisquer ambições de estar na luta por títulos, mas sim de viver mais uma época com o objetivo de continuarmos a nossa progressão, tanto minha como dele.
Qual foi o maior desafio da temporada?
Foi quando nos apercebemos que era possível sermos campeões, mas basicamente tínhamos de ganhar as provas que tínhamos pela frente e não desistir em nenhuma: Foi uma gestão dura, onde tudo foi posto à prova, mas penso que conseguimos manter sempre o foco. Mas quando se toca aos ralis é tudo difícil. O começo da época já tardio e ter estofo para estar presente prova a prova sem grandes apoios, pois não tinha nada programado para 2023, transformou-se numa mão cheia de dificuldades que no final trouxe o título e mais maturidade e gosto pelo desporto".
Qual foi o melhor momento e o momento mais despontante da temporada?
O melhor momento da temporada foi sem dúvida a chegada ao final do último troço do rali de Cantanhede, um troço que fizemos com pés de lã para não cometer qualquer erro (tal como o rali todo!), o que me estava a custar muito. Mas, quando acabou, toda aquela tensão de um ano se libertou e foi um momento único!"
O pior momento acaba por também ter acontecido no mesmo rali. Como tínhamos de estar preocupados em gerir para ser campeões, onde se realiza uma taça no final de uma prova decisiva, foi difícil para nós estar a abdicar de uma possível vitória na Taça de Portugal, que também se disputou em Cantanhede. Acreditem que o que mais me custou foi ter de gerir. A cada troço ficava mais frustrado, por ter de andar mais devagar".
Que balanço faz da temporada?
O balanço da temporada acaba por ser bastante positivo. Trabalhámos muito bem, e foi a nossa resiliência, salientando o esforço do Pedro Santana e da Race2Win foi incrível, num verdadeiro trabalho de equipa que nos levou a conquistar um título no Start Centro. Aprendi bastante a fazer ralis com a classe rainha da modalidade, pois realizamos provas inteiras juntamente com o CPR. Foi um verdadeiro teste ao carro e aos pilotos e foi crucial para o desenvolvimento da equipa. Fico orgulhoso por nos termos batido taco a taco com carros da última geração. Tivemos resultados bastante interessantes nas classificativas conjuntas, que acabou por ser um "boost" na nossa motivação, pois era 'David contra Golias'!"
Já tem os teus planos definidos para 2024?
Sim continuar a evoluir e aprender que é o que mais gosto nos ralis. A nível desportivo temos alguns planos em cima da mesa, o A, o B e o C (!), mas ainda não temos nada em concreto, pois dependemos dos nossos apoios para estar presente nos vários campeonatos. O caminho mais lógico seria evoluir para um trofeu monomarca onde iriamos estar expostos a novas realidades. Ainda estamos a trabalhar para garantir um bom ano.