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francoliFafe foi o cenário de um emocionante arranque de época para a TOYOTA GAZOO Racing Iberian Cup (TGRIC) numa prova que decorreu debaixo de condições climatéricas instáveis que tiveram o seu efeito nos pisos que as equipas encontraram, criando muitas dificuldades.

Na primeira especial realizada no piso de asfalto bem no centro de Fafe, Francolí quis lembrar a todos que é o campeão em título da TGRIC e bateu a concorrência com Ricardo Costa e Daniel Berdomás a ficarem nas posições seguintes. No quarto lugar ficou Miguel Campos, à frente de um "tal" jovem Boliviano que dá pelo nome de Bruno Bulacia. Com o verdadeiro rali ainda por começar, foi tempo de descanso depois da especial espetáculo que atraiu muitos milhares apesar da chuva que se fazia sentir.

Na manhã de sábado, era tempo de avançar para os pisos de terra batida do "Serras de Fafe" com a chuva ainda presente, mas em quantidade que não permitiu a muitos definirem uma estratégia clara de abordagem, principalmente ao nível dos ajustes técnicos o que terá baralhado algumas das contas de pilotos e engenheiros técnicos das equipas.

Sergi Francolí voltou a vencer na primeira do dia, com uma magra vantagem sobre Miguel Campos, e no terceiro lugar surgia o "tal" Bulacia, apenas a 1,8 segundos de Francolí, e esse era um aviso que soou de forma ainda não muito percetível. Mas a partir desse momento foi implacável para a concorrência.

Bruno Bulacia e o seu co-piloto Alex Coronado entraram na segunda prova especial de sábado decididos a mostrar os seus dotes, e venceram sete das oito especiais disputadas até à penúltima especial do rali. Teriam sido 14 especiais segundo previsto no programa, mas seis foram canceladas pela organização por motivos de segurança relacionados com as condições do piso devido à chuva e lama e incidentes que se foram sucedendo. Uma exibição convincente e demolidora para o piloto boliviano de apenas 20 anos de idade que escolheu a TGRIC como caminho de formação para a sua carreira desportiva em 2023.

A dupla Sergi Francolí e José Moreno foi a que melhor resultado obteve em tentar perseguir o Toyota GR Yaris RZ de Bulacia, e com consistente presença por entre os mais rápidos em todas as especiais, não conseguiu ainda assim evitar que à entrada da última classificativa da prova a diferença entre líder e perseguidor se cifrasse em mais de um minuto de diferença.

Ricardo Costa e Rui Vilaça eram terceiros, a mais de dois minutos. Pelo caminho ficou Miguel Campos que devido a problemas de saúde não se apresentou à partida para a segunda etapa, quando havia fechado a primeira etapa na sexta posição. Daniel Berdomás e Albert Llovera também tiveram problemas na primeira etapa, mas regressaram em super-rali para o derradeiro dia de competição. Alberto Monarri e Isaac Vera fechavam o lote dos cinco primeiros quando se avançava para a última especial do rali, com a passagem no mítico salto da Lameirinha.

E foi mesmo aqui que se deram várias reviravoltas que mudaram os resultados que muitos já assumiam como definitivos. Bulacia andou a fundo durante toda a prova e queria carimbar a vitória com mais uma vitória na especial; manteve o ritmo mas o limite foi ultrapassado, acabando por desistir muito próximo do fim. Nesta mesma especial Javier Villa e Jonathan Rieu também acabaram por sucumbir, juntando-se a Manu Gascou que havia igualmente desistido 2 especiais mais cedo.

No final, a vitória sorriu a Sergi Francolí, com Ricardo Costa e Alberto Monarri a completarem as posições do pódio. No quarto posto, o veterano Jean-Michel Raoux que depois de um arranque difícil na especial urbana, nunca andou longe dos 5 primeiros na classificação geral, relegando para a quinta posição Isaac Vera que viu o quarto posto fugir-lhe nesta mesma especial face ao piloto francês quando possuía uma vantagem de mais de 40 segundos à entrada da especial. Pedro Lago Vieira, Pierre Lafay, Javier Mulero, Dani Berdomás e Albert Llovera foram por esta mesma ordem os seguintes classificados na TGRIC no final do rali.

O Toyota GR Yaris RZ mostrou e de que maneira os seus dotes, fiabilidade e competitividade, pois no final apenas se contabilizaram dois carros que não pertenciam à classe Rallye2, a classe de topo admitida regulamentarmente para as provas regionais da FIA. Numa prova tão dura e tão exigente, o resultado agradou bastante e o trabalho vai continuar no sentido de tirar já ilações e enfrentar a próxima prova do TOYOTA GAZOO Racing Iberian Cup com ainda mais confiança.

A pausa será muito curta pois o Rally da Auga realiza-se dentro de duas semanas, na bem próxima comarca de Ordes na Galiza, Espanha. Uma curta viagem para máquinas e equipas e um intenso período de trabalho para recolocar os GR Yaris em plena forma para o segundo desafio da época desportiva de 2023 na TOYOTA GAZOO Racing Iberian Cup.