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trfA The Racing Factory (TRF) quer recuperar o título nacional de ralis com Armindo Araújo, voltar a vencer com Miguel Nunes na Madeira e melhorar os resultados dos pilotos da equipa no ERC. Aloísio Monteiro, CEo da The racing Factory, desvenda ainda os planos da equipa para entrar na velocidade e no todo-o-terreno, anunciando a vontade de estar no Mundial de Ralis daqui a dois anos.

Nascida em 2018, a TRF tem-se assumido com uma das mais bem-sucedidas estruturas técnicas portuguesas dedicadas em exclusivo ao desporto motorizado. Sediada em S. Paio de Oleiros, no concelho de Santa Maria da Feira, estreou-se na época de 2019 vencendo, por equipas, o Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno/SSV. No início de 2020, inaugurou as atuais instalações e, desde aí, vincou bem o seu espírito ganhador.

Num curto período de tempo, a TRF contribuiu já para a conquista de vários títulos, entre eles o Campeonato de Portugal de Ralis de 2020, com Armindo Araújo e o Campeonato da Madeira de Ralis de Coral 2020 e 2021, tendo Miguel Nunes como piloto de serviço. Em termos internacionais, o espanhol Pep Bassas levou um Peugeot 208 Rally4 preparado pela TRF ao 2º posto no ERC3.

E quem é Aloísio Monteiro? É um autêntico "globetrotter". Dividindo a sua base familiar e de trabalho pelas cidades do Porto e de Detroit, dedica-se de corpo e alma à família e ao portfólio de negócios que lidera, salientando-se a sua imensa experiência global enquanto gestor de topo na indústria automóvel.

Alia essa trajetória de sucesso na indústria ao seu amor ao Motorsport. A sua ligação surge desde bem cedo, participando em eventos de motociclismo, ralicross, todo-terreno e ralis.

Em 2008, participou em seis ralis, como navegador de Manuel Inácio num Citroen C2 GT, passando no ano seguinte a navegar Miguel Campos num Renault Clio R3, piloto com quem se manteve em 2010 num Ford Fiesta S2000 e onde se consagra campeão nacional.

Em 2015 passou para o volante de uma viatura de ralis. Aloísio Monteiro, navegado por Sancho Eiró, participou em três provas ao volante de um Renault Clio R3. Em 2016 inicia a sua primeira experiência além-fronteiras, competindo na Clio R3T Iberian Trophy, onde, no ano seguinte, se sagrou vice-campeão.
Dois anos depois, aos comandos de um Škoda Fabia R5, aposta na sua primeira experiência no European Rally Championship, onde se mantém até aos dias de hoje, já ao volante de um Škoda Fabia Rally2.

2022 EM GRANDE

E, no início de mais uma época, fomos falar com o líder da The Racing Factory para conhecer os planos da estrutura para 2022.

Aloísio Monteiro não esconde que "voltaremos a ter objetivos muito ambiciosos nos ralis. Estaremos em várias frentes e com um único foco: vencer. Para além de queremos renovar o título madeirense pelo terceiro na consecutivo, é nosso propósito e dever lutar para vencer nas frentes em que, em 2021, tudo fizemos para triunfar, mas não conseguimos. E isto vale tanto para o panorama nacional como para as competições internacionais".

O naipe de pilotos que confiam na estrutura aumentou para 2022. A Armindo Araújo, Pep Bassas, Miguel Nunes, Rafael Botelho, Ernesto Cunha, Juan Carlos Alonso e ao próprio Aloísio Monteiro, juntaram-se, até ao momento, Pedro Almeida, Paulo Roque, Yago Gabeiras e Alex Espanhol, bem como outros dois pilotos estrangeiros que farão ralis esporadicamente.

Mas isso não forçou a TRF a "grandes alterações na gestão e na área técnica. No entanto, apostamos em acrescentar à nossa equipa alguns elementos novos para gestão de alguns novos projetos e para que os nossos serviços seja cada vez mais capazes de proporcionar tudo o que é necessário".
E que serviços são esses que tanto atraem candidatos?
O homem forte da TRF defende que "quando nos apresentámos no mercado, quisemos marcar a diferença, contruindo uma estrutura com recursos humanos, técnicos e logísticos capazes de desenvolver atletas de alto rendimento nesta área, numa perspetiva de 360 graus, trabalhando com os pilotos na sua gestão de carreira, abordando aspetos tão diversos mas complementares, como a busca de patrocínios, gestão da imagem e redes sociais, gestão física , mental , profissional , espiritual e alimentar e, obviamente, coaching de melhoria da sua performance como piloto".
Como tal, não esconde que "tenho a noção de que esta abordagem nunca poderia ser feita tendo o mercado português como único destino. Por isso e desde o primeiro momento que quisemos internacionalizar, mesmo para fora da Europa e estamos cientes que a breve prazo teremos pilotos apoiados por nós provenientes do Médio Oriente, da Ásia e da América do Sul. O futuro da TRF é risonho e iremos cumprir toda a nossa ambição continuando a fazer jus ao nosso cognome de Fábrica de Campeões!".

Voltando a 2022 e quando questionado se assume também a candidatura ao título principal no ERC, o líder da equipa portuguesa "diz "que esse é um objetivo que queremos concretizar no futuro. Tínhamos um plano estruturado a 3 anos, juntamente com o Rally Team Spain, para levar o Pep Bassas até ao topo do ERC. A The Racing Factory esforçou-se muito em 2021 e os bons resultados alcançados permitiam pensar que o projeto teria tudo para vingar. Na sequência, começamos a trabalhar arduamente para 2022 e, quando tudo estava alinhado, na semana passada recebemos um email a informar que a ligação da equipa espanhola tinha terminado, sem mais nenhuma explicação. Lamentamos o esforço, dedicação e trabalho que dedicamos ao Rally Team Espanha. Só me resta no futuro aprender que com este tipo de pessoas não se deve traçar projetos desta natureza!".

A TRF tem sido casa de sucesso para pilotos portugueses e estrangeiros de ralis. Essa confiança internacional advém, diz Aloísio Monteiro, do modelo de trabalho da estrutura: "neste sector de mercado, como sempre referi, as estruturas portuguesas são referência pela qualidade de serviço e pelos técnicos cujo talento é elevado. Pilotos e equipas cada vez mais vão buscar as melhores soluções de acordo com os objetivos que traçam. E escolhem as estruturas de assistência e apoio técnico independentemente da sua localização. Por outro lado, e dada a nossa estratégia, temos de estar preparados para proporcionar um trabalho de alta qualidade a todos, sabendo que hoje teremos pilotos de ponta portugueses como o Armindo Araújo, mas que amanhã podemos vir a ter um jovem da China ou de outra latitude!".

Por outro lado, o homem forte da TRF realça que "as estruturas como a nossa não podem ter o cerne do seu foco apenas nos pilotos. Estamos num momento de grande mudança tecnológica e no futuro próximo a nossa competitividade vai também ser posta a prova quanto à capacidade de investimento que advém da introdução de novas soluções, como os carros híbridos e elétricos na competição. Rigor e disciplina financeira serão fundamentais para assegurar capacidade para podermos enfrentar os investimentos que nos serão colocados. E vamos estar prontos para isso!".

Voltando a 2022, os ralis vão continuar a ser o "prato principal" da atividade da TRF. Mas a época que agora se inicia traz uma novidade. Aloísio Monteiro confirma que "vamos estar na velocidade. Adquirimos um Porsche 997 GT3 Cup e competiremos na Porsche GT3 Cup Portugal e, tudo indica, no Campeonato de Portugal de Velocidade, com dois pilotos, estando ainda a decorrer o processo de seleção. O projeto esteve para arrancar na época passada, mas a situação pandémica e a necessária contenção económica, forçou-nos a adiar para este ano a nossa entrada na modalidade".

A expansão irá ter continuidade. 2023 será o ano em que, segundo Aloísio Monteiro, a The Racing Factory "entrará novamente no Todo-o-Terreno e, desta feita, de forma muito intensa. E também aqui, a ambição é internacional. Queremos estar presentes em várias frentes, incluindo no Dakar, pois é nosso propósito estar na prova máxima da modalidade em 2024!".