Contrariando todas as previsões, a verdade é que o derradeiro dia do Rali Vinho Madeira pouco ou nada acrescentou à prova. Não fossem duas desistências entre os 10 primeiros (Basso e Paixão) e muito provavelmente a classificação da segunda etapa seria igual à da primeira!!!
Mesmo assim o maior destaque vai claramente para Alexandre Camacho, que numa versão madeirense do “relógio suíço” manteve a concentração e o ritmo, para amealhar mais um importante lote de troços (13 no total do rali) e garantir não só a terceiro vitória consecutiva no Rali Vinho Madeira, como mais um título regional também na Madeira (o quarto, terceiro consecutivo) e ainda a vitória no European Rally Trophy. Um fim-de-semana de sonho e de largo domínio de toda a concorrência, naquele que é um dos momentos mais altos da sua carreira.
O espanhol Pepe Lopez foi a surpresa desta prova. Teve uma prestação irrepreensível para quem se estreou na Madeira e quando verificou que não tinha “conhecimento” suficiente dos troços levantou um pouco o pé, pois os objetivos de rodar numa prova difícil e frente a pilotos que conhecem todos os cantos deste rali foram plenamente atingidos.
Bruno Magalhães também optou por gerir, até porque a vitória entre os concorrentes do Campeonato de Portugal de Ralis aqui obtida lhe permite, de alguma forma, entrar nas contas do título, quando faltam três provas para terminar a competição. Uma excelente operação de Bruno Magalhães, fruto do seu grande conhecimento desta prova, que assim o relança definitivamente no CPR.
Miguel Nunes andou bem mais descontraído no segundo dia, o que lhe permitiu dar algum espetáculo nos troços, obtendo um 4º lugar final que está longe do que queria e esperava para esta prova. Porém, o argumento Hyundai continua a não ser suficiente face à concorrência, como mais uma vez se provou.
José Pedro Fontes também esteve algum longe de atingir os seus objetivos. Mesmo assim foi segundo classificado nas contas do CPR e ainda venceu dois troços no segundo dia, e acabou por interferir nas contas do título, já que terminou na frente de Armindo Araújo, fazendo com que a vitória de Bruno Magalhães ainda tivesse outro sabor.
João Silva ficou no sexto lugar, não por incapacidade do piloto, que demonstrou muita confiança, mas pela performance de um Citroen DS3 R5 que parece não dar mais. Talvez um Skoda lhe permita outros voos no futuro!!!
Armindo Araújo também não esteve (ou não quis estar) ao seu nível. O Campeão Nacional foi 7º da geral e 3º classificado no CPR, após uma prova em que viu Ricardo Teodósio atrasar-se imenso (ainda a meio do primeiro dia), levando Araújo a gerir andamento e resultado, pois acaba por se aproximar mais do algarvio no topo da classificação.
Ainda nas contas do CPR, Miguel Barbosa foi 4º (venceu em 2018), atrasando-se ainda mais nas contas para o título, apesar de ainda ter algumas hipóteses de lutar pelo mesmo. A verdade é que esta prova foi abaixo daquilo que queria e pretendia.
Pedro Meireles rodou sem problemas com o Volkswagen Polo, com o objetivo de conhecer o carro em asfalto (foi a primeira prova neste tipo de piso), ficando à frente de Ricardo Teodósio, que teve um rali desastroso para quem queria reforçar a liderança no CPR.
O algarvio ainda terá que escolher uma prova para não pontuar e deitar um resultado fora, que muito provavelmente será este do Rali Vinho Madeira, pelo que apesar de continua líder no CPR a sua posição está cada vez mais ameaçado por Armindo Aráujo e agora também por Bruno Magalhães.
Nas duas rodas motrizes a vitória foi para Gil Antunes. Foi, aliás, o único piloto a chegar ao fim dos dois que estavam a disputar este campeonato. Paulo Neto, despistou-se a dois troços do fim, quando liderava, deixando o Antunes com a missão de chegar ao final e vencer.
VENCEDORES DE TROÇOS
Alexandre Camacho (13); Pepe Lopez (2); Bruno Magalhães (1); Pedro Paixão (2); José Pedro Fontes (1)
COMANDANTES SUCESSIVOS
Bruno Magalhães (Pec 1); Alexandre Camacho (Pec 2 a 4); Pepe Lopez (Pec 5); Alexandre Camacho (Pec 5 a 19)
