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fontesviApenas 0,6s foram suficientes para ditar a diferença entre o primeiro e o segundo classificado do Rali Vidreiro 2019, depois de uma prova em que a liderança mudou quatro vezes de mãos. Tudo isto para dizer que se assistiu a uma das melhoras provas, do ponto de vista desportivo, de sempre no Campeonato de Portugal de Ralis, com a vitória alcançada no "braço" por José Pedro Fontes com a mesta à vista, embora Ricardo Teodósio tenha inclinado ainda mais para o seu lado as contas do título.

Ninguém que gosta de ralis pode ficar indiferente a este Rali Vidreiro. Ao longo de 8 especiais de classificação, Fontes e Teodósio travaram uma luta épica pela vitória, com a diferença entre ambos ao longo da prova a variar entre os 4,4s e os 0,1s, para terminar em apenas 0,6s, com vantagem para Fontes, quando à entrada do derradeiro troço, a diferença era de 0,3s com vantagem para Teodósio.

Se é verdade que a vitória podia ter caído para qualquer um destes pilotos, também é verdade que a prestação de Teodósio acaba por ganhar uma dimensão adicional, fruto de estar a disputar esta prova com duas costelas partidas (fruto de um acidente a testar), mas também devido ao facto de liderar o Campeonato e ter por isso uma pressão adicional que não lhe deixava qualquer margem de erro.

O segundo lugar do algarvio foi também uma prova de força do piloto do Skoda, perante toda a concorrência, demonstrando que é dos pilotos da frente aquele que mais quer ganhar o título, estando claramente na melhor posição de todas para o fazer, já que sai do Vidreiro com a liderança reforçada, sendo que terá o derradeiro "round" a jogar em casa, num terreno que conhece melhor que ninguém e a depender apenas de si para ser campeão.

Quanto a Fontes, com esta vitória, ainda tem hipóteses de lutar pelo título, estando muito próximo nas contas do Campeonato de Armindo Araújo, pelo que a sua prestação no Rali do Algarve poderá ser muito importante na definição das contas do título.

Não menos interessante foi a prestação de Bruno Magalhães, que só não brilhou tanto por causa da prestação de Fontes e Teodósio. O piloto do Hyundai já há 10 anos que não disputava este rali, tem o R5 menos competitivo do plantel e ainda assim teve muito próximo de vencer, como fica provado pelos 8,2s de diferença com que terminou para o vencedor. Um final de campeonato claramente em crescendo, que lhe permite lutar abertamente pelo título na derradeira prova no Algarve.

Dos pilotos que lutam pelo título, Armindo Araújo, vencedor do Vidreiro em 2018, teve uma prova quase para esquecer. O piloto não conseguiu ter um Hyundai afinado para os troços desta prova e foi somando troço a troço, um atraso irremediável, que o deixou não só fora do pódio como fora dos quatro primeiros. Ao contrário de Fontes e Magalhães, Aráujo está a ter um final de campeonato em queda, embora se mantenha com hipóteses de alcançar o título, mesmo que não dependa apenas de si para o alcançar.

Destaque também para um certo ressurgimento de Pedro Meireles, colocando-se no quatro lugar da geral, tendo efetuado alguns bons registos, demonstrando que quer regressar aos lugares mais altos da classificação das provas do CPR.

Com os 13 primeiros lugares ocupados por viaturas R5, o destaque seguinte acabou por ir para Gil Antunes, que foi o primeiro duas rodas motrizes, tendo já alcançando o título de Campeonato de Portugal de Ralis na categoria, num rali onde não teve quase nenhuma concorrência.

LIDERANÇA SUCESSIVA
José Pedro Fontes (Pec 1); Ricardo Teodósio (Pec 2 e 4); José Pedro Fontes (Pec 5); Ricardo Teodósio (Pec 6 e 7); José Pedro Fontes (Pec 8)

TROÇOS GANHOS
José Pedro Fontes (2); Bruno Magalhães (2); João Barros (1); Ricardo Teodósio (2)

CLASSIFICAÇÃO FINAL
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