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Editorial

1Sempre que possível retomarei aqui, uma rubrica de opinião, que durante muitos anos tinha no Ralis Online no final de cada fim-de-semana. Será apenas a minha opinião e visão sobre os ralis em Portugal.

Estamos a começar a época de ralis em Portugal. Dia 8 de fevereiro é já o Rali das Camélias e logo a seguir começam os eventos em catadupa, de forma pouco organizada e nada estruturada, com calendários feitos às três tabelas e em constante mutação de datas e ainda nem começaram propriamente as provas.

1- No campeonato de Portugal de Ralis não houve mudanças. Infelizmente o Rally de Portugal está nas provas do calendário e mais uma vez vai passar ao lado para os concorrentes do "nacional". Esta prova não é feita para o CPR, mas sim para o WRC, por isso não sei porque se insiste nesta fórmula errada, e teimosamente mantém-se uma prova sem retorno para o CPR, brutalmente dispendiosa e em que os adeptos apenas estão interessados no espetáculo dos Rally1.

2 - O Promo é de bradar aos céus. Se em 2024 o interesse desportivo se reduziu a quatro pilotos (classificados), em 2025 perspetiva-se que sejam menos os interessados ou, no limite, possam ser em igual número. Quer dizer que a competitividade e interesse desta competição, que já se chamou OPEN, vai continuar a ser residual. Um número de provas exagerado, muito desajustado e pouco interessante, já que anda na sombra do CPR, acontecendo-lhe o mesmo que acontece aos pilotos portugueses do CPR no Rally de Portugal: andam nas provas a fazer número!!!

3 – Os regionais, que mudam de nome pelo terceiro ano consecutivo, são quase um mal necessário. Tirando o Sul, que vive muito dos serviços mínimos feitos pelo esforçado Clube Automóvel do Sul (pois o Clube Automóvel do Algarve há muitos anos que não quer saber desta competição), os restantes regionais vivem sobretudo de um bom conjunto de provas soltas, algumas delas com muitos inscritos e até mais bem organizadas que algumas provas do CPR, mas que fruto do excessivo número de provas que têm, acabam por ter um menor interesse desportivo.

4 – Por que razão não aprendem os regionais com os troféus de ralis? Número de provas controladas (4 ou 6), maior competitividade e interesse, e mais pilotos interessados em disputar todas as provas da competição, são sinais que deveriam permitir aos regionais terem outra visibilidade e outro interesse desportivo, que na realidade merecem pelo esforço que muitos pilotos fazem. O Sul, como disse, tem sido a boa exceção.

5 – A consequência de Promo e Regionais mal estruturados está à vista, com o aparecimento de outras competições "particulares" que apostam num número de provas reduzidas, que dão prémios aos vencedores e ainda por cima têm muito mais visibilidade, fruto da promoção que fazem. Isto já para não falar nos motorshow´s e outro tipo de eventos (de ralis) que proliferam em Portugal (e alguns deles muitíssimo bem organizados, sendo autênticas festas) e que, em muitos casos, concorrem diretamente com as provas dos mais diversos campeonatos.

6 – A verdade é que a gestão desportiva das competições e dos campeonatos de ralis em Portugal continua a ser feita sem estratégia e sem visão federativa, sempre com base em experimentalismos que raramente dão certo e que obriga a voltar-se permanentemente atrás (sem reconhecimento do erro), com ralis a mais para um território tão pequeno. Olhem para a realidade do Regional Centro (Start) em 2024 e o que foi anunciado para 2025. Faz algum sentido?

Bons ralis, mas em segurança
Paulo Homem

 

 

editorial310116Não existem dúvidas de que para muitos dos "atores" dos ralis a FPAK tem vindo a fazer um trabalho melhor. A adesão à Gala dos Campões foi grande (é a prova disso) e não há memória de tantos prémios atribuídos a todos aqueles que em 2016 ficaram nos pódios dos diferentes campeonatos. Diria mesmo que foi um fartote.

Um fartote foi também o tempo que a FPAK demorou a colocar cá fora os regulamentos desportivos (e técnicos) dos principais campeonatos de ralis. O texto do regulamento desportivo do nacional de ralis, conhecido há dias, levanta uma enorme questão: não poderia este mesmo regulamento ter sido apresentado há 2 ou 3 meses atrás?

O que é que este regulamento trás assim tão de novo que tenha levado a FPAK a atrasar-se tanto na sua publicação? Não minha opinião, nada!!! Este regulamento não têm qualquer evolução estrutural de fundo que tenha levado ao seu enorme atraso na publicação do mesmo.

É um regulamento que volta a "chover no molhado" que apenas foi pensado para quem pretende lutar pelos primeiros lugares e que corre o enorme risco continuar a excluir categorias. O Gr.N praticamente desapareceu em 2015 e agora em 2016 temo que seja o campeonato de 2L/2RM a desaparecer também.

O que também não se percebe é a aposta na proliferação de campeonatos e taças bem como a criação de campeonatos onde não há interessados declarados para os disputar.

Comunicar e divulgar também não é com a FPAK, que por acaso tem assessoria de imprensa, mas continua à espera que apareça alguém que leve dinheiro para se dar o milagre da divulgação.

A sorte da FPAK é que muitos pilotos que este ano vão disputar o Nacional de Ralis não querem saber, nem se preocupam com isso, se vai haver ou não vai haver promoção.
Bons Ralis, mas em segurança!!!
Paulo Homem

brevseserais15Já terminou há muito o período em que se deveria dar à FPAK o benefício da dúvida sobre o rumo que está a dar aos ralis.

As primeiras dicas sobre o que serão os ralis em 2016 não acrescentam quase nada ao que se pretende saber na realidade, que são os regulamentos.

Aliás, estamos quase em dezembro e regulamentos nem vê-los, numa altura em que muitas equipas e pilotos precisam deles para informarem os seus patrocinadores relativamente aquilo que irão fazer em 2016.

É demasiado tarde para que os regulamentos ainda não estejam publicados e aqui a culpa não é apenas da FPAK mas da ACOR, pois não há maneira de se entenderem para dar um rumo diferente aos ralis.

É urgente reorganizar os ralis de uma forma diferente, nem que para isso alguns clubes tenham que mudar as suas provas de datas. O excesso de provas que houve em 2015 não foi benéfico para ninguém e os problemas de segurança voltaram a ser imensos.

Continuo a dizer que prefiro menos provas com mais inscritos, do que muitos provas com poucos concorrentes. Este ano chegou a haver provas com oito concorrentes. Para quê? Que interesses serviu haver tantas provas no calendário? As respostas parecem óbvias.

Para 2016 volta a haver promessas de mais promoção, de renovada aposta na segurança, mas continua-se longe, mesmo muto longe, de haver uma estratégia para os ralis que permita garantir um retorno a esta modalidade condizente com o investimento que muitas equipas / pilotos fizeram em 2015. Resta também saber se muitos desses pilotos (ou equipas) estão realmente interessados em ter retorno.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

 

editpr920214Pois é. Estamos a meio de janeiro e regulamentos nem vê-los. Começa a ser difícil perceber como é que se pretender dinamizar uma modalidade que a pouco tempo do seu início ainda não tenha regulamentos e, mesmo os calendários que já deu a conhecer, foram alvo de alterações.

Já tinha dito que o estado de graça desta Federação tinha terminado. Percebo que o tempo passado foi a colocar as contas em dia e a recuperar a credibilidade junto da FIA, mas não percebo que isso tenha sido feito à custa de uma tremenda baralhada regulamentar.

A FPAK não pode, nem deve, estar constantemente à espera de consensos. Eles são necessários, mas existe um tempo de consulta aos clubes e existe um tempo de decisão. O tempo de consulta já devia ter terminado à séculos e as decisões já deviam ser conhecidas deste outubro / novembro passado.

A animação que se vive no nacional de Ralis deve-se unicamente e exclusivamente aos pilotos, nomeadamente aos que correm com verbas próprias, pois salvo alguns casos que ainda correm com dinheiro dos patrocinadores, muitos outros projetos arriscam-se mesmo a nem ver a luz do dia. Porquê?

Só porque não há regulamentos e os que se perspetivam apenas correspondem aos desejos dos pilotos que irão ocupar os 10 primeiros lugares do Nacional de Ralis.

Tal como aconteceu com os Gr.N, possivelmente em 2016 serão os duas rodas motrizes a terem os dias contados, pois os custos do campeonato que se advinha são incomportáveis para quase todos os pilotos que irão correr com carros de duas rodas motrizes.

Não me espanta vir a ver listas de inscritos no Nacional de Ralis com pouco mais de 12 a 15 carros este ano, o que a acontecer só prova que os regulamentos continuarão (e muito) a estarem desfasados da realidade.

Sem dúvida que a FPAK está mais simpática para os pilotos, que está mais presente nas provas e que ouve mais os pilotos e os clubes. A questão é saber trabalhar essa informação e traduzi-la em melhores e atempados regulamentos.

Bons ralis... mas em segurança!!!

Paulo Homem

editorial292105O estatuto de prova do "nacional" que alguns organizadores continuam a ter não se compadece muitas vezes com a sua forma de estar e de promover os seus ralis.

Vem isto a propósito do excelente trabalho que alguns clubes, teoricamente mais pequenos e com provas de segunda (leia-se regionais ou sprints), têm feito ao nível da promoção das suas provas e dos seus parceiros.

A ausência de promoção de algumas provas do nacional de ralis nada tem a ver com meios financeiros ou algo do género, mas com uma total falta de sensibilidade para a importância de promoção e dinamização das suas provas para além do óbvio, que são os mapas, os horários, os acessos, os tempos online e pouco mais.

Não se compreende que uma organização que tenha parceiros comerciais e públicos (como as câmaras municipais) nada faça para realmente os promover em larga escala e assim promover os eventos em si.

A FPAK também tem aqui uma enorme quota de responsabilidade nesta ausência total de promoção das provas de ralis na sua generalidade. Há muito que deveria ter definido um caderno de encargos para a promoção das provas, obrigatório pelo menos para as provas do nacional.

Apostar num responsável de comunicação também seria uma boa medida, que por certo ajudaria os clubes na promoção dos ralis.

O enorme atraso na publicação dos regulamentos também não facilita a promoção das provas, mas o que é certo é que nada serve de desculpa quando vemos clubes "pequenos" a promoveram as suas provas e os seus patrocinadores, superando em muito a promoção que é feita por outras provas bem mais mediáticas.

Também os pilotos que pagam licenças e inscrições muito caras, não vislumbram que esse dinheiro tenha retorno em comunicação e promoção dos campeonatos e ralis onde correm. Muito são os pilotos que pagam a sua promoção (e dos eventos indiretamente onde participam), sem esquecer que pagam tudo o resto (carro, assistência, tec) para tentarem participar.

Não é lógico, por isso, que um rali sprint tenha hoje em dia mais promoção que uma prova do nacional ralis. Por isso, continuo a dizer que um esquema de rotatividade de provas entre o nacional e os regionais / sprint´s, em que todos os anos uma prova do nacional baixava de escalão, por certo que iria obrigar a que muitos clubes repensassem a sua forma de comunicar antes, durante e depois dos ralis.

Para terminar gostava de dizer que promover uma prova não é a mesma coisa que colocar uns "post´s" no facebook. Infelizmente está bem longe disso.

Paulo Homem

Bons ralis, mas em segurança!!!!