Sábado, 14 Setembro 2024 19:15
(POR PAULO HOMEM)
Não foi um rali fácil para ninguém, mas Kris Meeke é o piloto que mais motivos tem para sorrir no final da sétima prova do Campeonato de Portugal de Ralis, pois não só venceu o Rali da Água como passou a liderar de novo esta competição, quando falta uma prova para terminar.
Pode-se dizer que Kris Meeke dominou de forma segura o Rali da Água. Não cometeu excessos, que o levassem a erros, dando a sensação que estava mais preocupado em não ter qualquer tipo de problema que pudesse colocar em causa um resultado positivo nesta prova. A estratégia associada à rapidez foi perfeita, e como o Hyundai i20 N Rally2 desta vez não deu qualquer problema, o piloto britânico dominou sempre o rali e apenas não venceu um troço em todos os que foram realizados. Com esta vitória, Kris Meeke volta a liderar o Campeonato de Portugal de Ralis, com 21 pontos de vantagem, pelo que no Rali Vidreiro é o principal favorito ao título.
Armindo Araújo estava mesmo decidido a dar luta a Kris Meeke e empenhou-se ao máximo nisso. O piloto do Skoda Fabia RS Rally2, foi perdendo sucessivamente tempo troço após troço no primeiro dia, ficando a nove segundos da liderança, depois ainda recuperou 1,1s no início do segundo, mas voltou logo a seguir a perder mais 3,3s. O tudo ou nada, até pela forma como entrou no troço, estava a ser dado na 6ª especial, onde assumiu correr alguns riscos, mas a verdade é o que o resultado não foi o pretendido, acabando Armindo Araújo por ter uma saída de estrada e capotar.
A partir desde momento o rali perdeu praticamente, em termos de luta pelos primeiros lugares, todo o seu interesse desportivo, tanto mais que Ricardo Teodósio foi sempre perdendo tempo para os seus adversários, subindo a segundo com a desistência de Armindo, mas já a 27,2s da Meeke!!! Até final do rali, nos derradeiros três troços, Meeke manteve a concentração e foi aumentando a sua vantagem, que chegou aos 40,9s, mesmo se ele e Teodósio tenham entranho em modo gestão de resultado, que deu uma bela dobradinha à moda de Chaves à Hyundai.
No derradeiro lugar do pódio ficou Pedro de Almeida, o que acontece já pela segunda vez esta temporada. Certamente que beneficiou da desistência de Armindo Araújo, mas em boa parte do rali, Pedro de Almeida esteve na luta direta pelo quarto lugar, posição que alcançou após o segundo troço do rali e que nunca mais deixou até subir um degrau. O piloto do Skoda Fabia Rally2 Evo não teve contudo a vida fácil, pois atrás de si teve quase sempre João Barros, que com o Volkswagen Polo R5 andou sempre muito perto de roubar o lugar ao seu adversário. Porém, na 7ª especial o Polo cedeu e João Barros foi obrigado a abandonar de forma inglória.
Com este azar José Pedro Fontes conseguiu ainda assim subir ao 4º lugar final com o seu Citroen C3 Rally2, depois de um rali verdadeiramente para esquecer. O carro nunca esteve em condições, desde a fase inicial do rali, que o levou mesmo a penalizar já no segundo dia, arrastando o piloto para longe do sonho de poder lutar sequer por um pódio.
Mas o drama dos azares e dos incidentes não ficava por aqui, pois já Ernesto Cunha na quinta especial, ficava também fora de prova após partir uma manga de eixo depois de um toque. Não foi nada de grave, mas foi o suficiente para o levar a desistência, num rali em que se esperava já que pudesse andar na luta com Pedro de Almeida e com João Barros.
Outro piloto sem sorte foi Rafael Rego. Com uma exibição no rali muitíssimo boa, até bem acima das perspetivas que existiam para este piloto nesta prova, Rego entrou para o derradeiro troço a liderar o Troféu Peugeot e a ocupar o quinto lugar da geral. Porém, uma trajetória mais larga na derradeira especial, levou a equipa a capotar, entregando a Hugo Lopes mais um grande motivo de festejo dos vários que teve nesta prova.
De facto, Hugo Lopes não só terminou no quinto lugar da geral, como venceu entre os duas rodas motrizes, como ainda levou para ganha a vitória no Peugeot Rally Cup Portugal, naquele que foi um excelente fim-de-semana para o piloto de Viseu, mesmo que o piloto tenha dito que só entrou no ritmo do rali já ele ia a meio.
Ainda na luta pelas 2RM, Gonçalo Henriques, com o Renault Clio Rally4, sabia que não podia arriscar muito e assim o fez, e mesmo que o seu carro a falhar, consegiu ficar atrás de Hugo Lopes, levando assim uma grande vantagem para a Marinha Grande, para se sagrar de novo Campeão da 2RM.
Com um 6º lugar absoluto, Adruzilo Lopes obteve um excelente resultado, embora o mais importante tenha sido mesmo a vitória no Campeonato Promo, com mais de um minuto de vantagem para Miguel Carvalho.
Destaque ainda para a vitória de Danny Carreira no Clio Trophy Portugal, o que sucede pela segunda vez, superando em 16 segundos Gil Antunes, enquanto no FPAK Junior Team Francisco Custódio dominou, somando uma vitória com mais de 1m19s de vantagem para Afonso Costa.
Quanto ao CAMI, entidade organziadora do Rali da Água, montou uma prova muito concentrada e bem desenhada (uma boa evolução face a 2023), e esteve bem em praticamente todos os momentos, atendendo a que foi um rali muito difícil de gerir face à quantidade de despistes. Tmbém nota mais para a excelente produção da Movielight nas redes sociais, com muitos diretos da prova, num rali em que mais uma vez (apesar dos esforços de muitas entidades) não teve muita presença de espetadores.
VENCEDORES DE TROÇOS
Kris Meeke (7), Armindo Araújo (1)
COMANDANTES SUCESSIVOS
Kris Meeke (Pec 1 a 9)
CLASSIFICAÇÃO FINAL