Convidado por José Pedro Fontes para disputar o Rally de Lisboa, aos comandos do Citroen C3 Rally2 com que correr no Campeonato Espanhol, o espanhol Diego Ruiloba retribuiu da melhor o convite vencendo de forma categórica a edição 2024 da Taça de Portugal de Ralis.
Infelizmente a edição 2024 do Rally de Lisboa foi uma nuvem negra (desportivamente falando) face ao que se tinha passado em 2023. A organização pouca culpa teve disso, pois montou de forma muito profissional um rali estruturalmente “complexo”, longo e difícil de gerir, muito por causa do mau tempo, sobretudo no primeiro dia.
Uma organização deste nível, que teve que tomar decisões complicadas, merecia pelo esforço que fez e pelo meios envolvidos que esta prova tivesse tido mais interesse desportivo, embora a prova tivesse terminado de forma apoteótica, com uma espetacular Super-Especial na Marina de Cascais. Sem dúvida que a equipa do CPAK, liderada por Humberto Silva, deve ser a primeira a receber os parabéns pela organização desta prova... ficando mais difícil justificar (para a FPAK) a sua não inclusão no Campeonato de Portugal de Ralis, o que deverá acontecer mais ano menos ano!!!
Quanto à prova em si, desportivamente Diego Ruiloba veio a Portugal dominar este rali de forma autoritária. Desde o primeiro troço, em que ganhou logo 10,3s a José Pedro Fontes, o espanhol não mais parou de vencer troços até à 10ª especial, numa altura em que já tinha 1m55,9s de vantagem para o seu único adversário nesta prova. Nos derradeiros quatro troços, mesmo perdendo dois para Fontes, Ruiloba ainda subiu para 2m28,1s a sua vantagem no final do rali.
Quanto a Fontes não pareceu manifestamente interessado em discutiu a vitória nesta prova. Não só porque no primeiro dia, perdendo demasiado tempo não se encontrando com as afinações do seu C3 Rally2, mas também por ao longo de quase todo o rali esteve algo mole e pouco agressivo no asfalto, que é a sua especialidade. Talvez o facto de ter o Rali de Castelo Branco dentro de 15 dias, tenha pesado um pouco na decisão de não arriscar nada nesta prova.
O pódio ficou encerrado com Bruno Bulacia. O boliviano levou o seu Toyota Yaris de Troféu ao terceiro lugar da geral vencendo ainda a competição monomarca da Toyota, um lugar que ocupou deste o terceiro troço do rali até final, mesmo que nunca tenha baixado muito o ritmo, já que os portugueses Gonçalo Henriques (em Renault Clio Rally4) e Miguel Campos (também em Toyota Yaris) tudo fizeram para “vender” o derradeiro lugar do pódio.
Uma das estrelas do rali foi sem dúvida Gonçalo Henriques. O Campeão de Portugal de Duas Rodas Motrizes, esteve imparável entre os carros de tração dianteira, deixando o seu mais direto adversário, o não menos rápido e competitivo Daniel Nunes (Peugeot 208 Rally4), a mais de um minuto de distância. Uma vitória nas 2RM que é não só valorizada por ser frente a adversários do calibre de Daniel Nunes, mas também por montar no seu Renault Clio pneus Kumho, que manifestamente não são tão competitivos no asfalto.
Por falar na classificação das 2RM, Daniel Nunes foi o segundo classificado (7ª da geral), enquanto João Rodrigues, na estreia o volante do Peugeot 208 Rally4, ficoi no terceiro lugar (sendo 10º classificado da geral).
A experiência e rapidez são um posto e Miguel Campos fez bem uso delas nesta prova, para obter um quinto lugar da geral e segundo entre os Toyota, na frente de Josep Bassas, em carro idêntico, que esteve sempre muito próximo do piloto português.
Nota ainda para a excelente estreia do Clio Trophy Portugal. Se no primeiro dia Pedro Pereira dominou, já no segundo dia deu-se a reposta de Gil Antunes, que viria a terminar o rali em primeiro lugar com menos 38s do que os eu adversário. Em bom nível esteve também Danny Carreira, que ficou no terceiro lugar com 50,3s de desvantagem para o vencedor.
COMANDANTES SUCESSIVOS
Diego Ruiloba (Pec 1 a 13)
VENCEDORES DE TROÇOS
Diego Ruiloba (8), José Pedro Fontes (2)