Depois de já ter conduzido a versão de estrada do Toyota Yaris GR, que muito me agradou, a Toyota convidou-me agora para um co-drive (com Pedro Lago Vieira) à mais recente versão de ralis deste pequeno modelo nipónico (VER FOTOS).
Confesso que nestas coisas dos ralis e nomeadamente dos co-drives, coloco sempre as expetativas quase a zero. Neste caso do pequeno Yaris GR tinha ainda mais razões para o fazer, depois de o ver tantas e tantas vezes nos troços de ralis, quer em asfalto, quer em terra, não sendo um carro muito entusiasmante de ver passar (apesar da sua competitividade), mesmo que na recente edição do Rally de Lisboa tenha mudado um pouco essa opinião.
A nova caixa de velocidades deu uma outra vida ao Toyota Yaris GR de Troféu, já que aproveita muito melhor o motor deste carro, tornando-o também mais competitivo e mais endiabrado.
Voltando ao co-drive, uma palavra para o Pedro Lago Vieira, com o qual nunca tinha feito qualquer ação deste género, mas que mostrou uma enorme destreza ao volante do Yaris. Gostei muito de ser "tripulado" por este jovem piloto que sabe muito bem andar depressa num carro de ralis, demonstrando à vontade e a saber perfeitamente o que está a fazer atrás do volante de um carro de ralis.
O percurso, desenhado na pista de terra do Outeiro Racing Team, em Leiria foi muito bem escolhido, com uma imensa variedade de situações (topos diversos, curvas lentas, rápidas, curvas fechadas, bom piso e mau piso, etc) colocando bem à prova o piloto e, obviamente, o pequeno Yaris.
Começo pelo que gostei menos. A suspensão sofre demasiado e pareceu-me com pouco curso e muito seca, o que nos leva a apanhar (em algumas situações) muita "porrada". O carro até nem tem grandes perdas de tração (puxa às quatro), mas nem quero imaginar o que é fazer troços longos em terra (com piso deteriorado) ao comando deste carro. O chassis em geral parece muito equilibrado, mas com estas suspensões fica sempre a dúvida até onde poderia chegar este carro em termos de comportamento, sobretudo no mau piso.
Gostei muito do motor. Potência suficiente para fazer andar para a frente o Yaris e, com esta caixa de velocidades, temos sempre motor quer em baixas rotações, quer em altas. Sente-se sempre o motor a puxar e com disponibilidade para subir rapidamente de rotação, o que permite ao piloto ter sempre confiança na abordagem a qualquer curva.
A curta distância entre eixos não prejudica o equilíbrio do Yaris, com o carro a demonstrar sempre muita agilidade nas zonas lentas. As diversas vezes que se recorreu ao travão de mão (um autêntico regalo), contribuíram sempre para o Yaris entrar equilibrado em cada curva e sair sempre em força.
Globalmente gostei muito deste carro de ralis, parecendo até ser mais evoluído tecnicamente do que aquilo que é, pois trata-se de um carro que pouco mais é do que um carro de série.
Obrigado Toyota pelo convite e obrigado Pedro Lago Vieira... grande condução!!!