faceralis

 

penafielracingfest

mex2017Caros praticantes, clubes, associações e adeptos, volto ao vosso contacto após um propositado período de silêncio, por entender que num espírito de colaboração e de saudável convivência, poderia não ser entendido como positivo uma comunicação demasiado frequente, que contivesse aspectos menos bons sobre os cenários do nosso desporto automóvel. É preciso dar espaço para que a actual entidade federativa desenvolva o seu actual projecto. Não se assustem com o tamanho do texto! Leiam, absorvam as ideias, partilhem e discutam publicamente as mesmas nas redes sociais, concordem ou não com o seu teor. Esse é o meu pedido pois só da discussão sairá o consenso e o sucesso de todos. O princípio da mudança passa efectivamente por este vosso pequeno contributo.

Cumprido que está um terço da época, este é o momento que escolhi para voltar a abordar alguns temas que creio serem fulcrais para que haja futuro no Desporto Automóvel.

Em 2016 tem sido gritante a sobreposição de datas em provas sob a alçada da FPAK, o que coloca problemas escusados aos organizadores que se esforçam por conseguir captar público, e o maior número de participantes possíveis para as suas provas. Problemas também ao nível do esforço pedido ás equipas de assistência que necessitam de ter mais meios técnicos e de transporte devido à sobreposição das datas.

Se tal acontecesse apenas em provas de modalidades diferentes, seria até aceitável, mas quando se analisa o panorama do calendário decorrido em 2016, facilmente se verifica que temos muitas provas semelhantes sobrepostas, em que seria muito simples antecipar ou atrasar uma das datas, por vezes em apenas uma semana. Aparentemente, as datas são apenas colocadas num calendário, e não existe a necessária supervisão e aconselhamento por parte da FPAK em evitar sobreposição. Também o agendamento de provas em fins-de-semana em que ocorrem provas internacionais, é algo que não compreendo - essas datas deveriam ser exclusivas até para que a própria FPAK aproveitasse esses momentos para actuar de forma efectiva no apoio e promoção directa, no terreno junto dos participantes e adeptos, sem dispersar meios por uma miríade de provas. As grandes provas são o palco de eleição, a grande oportunidade de promover o automobilismo.

Nos ralis, analise-se a prova de Fafe. Com um parque automóvel cujo valor ultrapassa largamente os 3,5 milhões de euros, e cuja atractividade para o público é inegável, a promoção prévia da prova e do Campeonato foi diminuta. Nem mesmo umas meras placas para quem saía da auto-estrada e entrava na cidade de Fafe, algo que nos dias que correm roça o puro amadorismo. No mínimo, colocar placas a indicar a realização da prova, ou com sinalização da localização do parque de assistência e zonas-espectáculo. Pouco ou nada se viu, ao que se soma o já habitual alheamento quanto á criação de uma imagem apelativa no parque de assistência que permita acolher com o mínimo de dignidade, os participantes e o público, promovendo de forma condigna um dos principais atrativos do desporto motorizado nacional.

Na velocidade, arranca este fim-de-semana o CNV, e não existiu praticamente qualquer ação visível na divulgação prévia de uma época - nem tão pouco em algumas revistas de automóveis em que anos anteriores pelos menos faziam alguma referência ao início do campeonato na semana anterior á prova, ou seja tudo continua igual, ou seja, para além dos (poucos) meios especializados e da internet que vão publicando de forma autónoma listas de inscritos e programas horários, pouco mais se faz e os circuitos devem previsivelmente continuar praticamente vazios. E o que ainda se faz, é sempre sem o acompanhamento da Federação que deveria ter outro papel em diversas áreas. Existem entidades promotoras, que fazem o seu esforço e o seu melhor, mas a ação das mesmas deveria estar pautada por algo já falado no passado e que creio continuar sem existir, ou seja, os cadernos de encargos com as linhas mestras de atuação de parte a parte que permitam obter melhor resultado neste capítulo, e ser claro para todos os deveres e obrigações de cada um.

Sem público, a modalidade não cresce, está condenada a definhar, é do público que surgem bastas vezes novos praticantes, sangue novo, e esse é o actual cenário, sem que sejam alocados recursos para inverter esta tendência, e sem que a Federação assuma o seu indispensável papel neste ponto tão importante para que haja efectivamente um futuro no automobilismo desportivo.
Como digo muitas vezes o mundo mudou, o desporto automóvel nacional ainda não se apercebeu, continua-se a fazer mais do mesmo sem introduzir inovação ou pelo menos ter a ousadia de tentar fazer diferente.

Com muito agrado regista-se a maior cobertura televisiva que alguns campeonatos passaram a merecer, esse é apenas parte do caminho certo a percorrer, mas nesse capítulo, mais e melhor poderá ainda ser feito, mesmo sem alocar mais recursos financeiros ao tema. Este será um pilar fundamental do nosso projecto futuro!

Continuarei a marcar presença no terreno e a falar com organizadores, praticantes e espectadores, só assim poderei preparar-me da melhor forma para este desafio de merecer a vossa confiança nesta candidatura à presidência da FPAK.

Até breve, e conto com o vosso apoio e colaboração!

Mae Machado dos Santos

Não lhe é permitido comentar.