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ERC

mikkelsen(POR PAULO HOMEM)

O segundo dia do Rali dos Açores tinha todos os condimentos para ser muito competitivo na luta pelos três lugares do pódio, com Mikkelsen e Sordo a assumiram maior favoritismo, que veio de facto a ser confirmado ao longo do dia.

Com a chuva afastada deste segundo dia, Ricardo Moura tinha poucas hipóteses de lutar taco-a-taco com os seus adversários mundialistas, e assim se veio a verificar ao longo do dia, com Mikkelsen e Sordo a irem-se embora na luta a dois pela vitória.

Com o terreno seco, Mikkselsen sabia que tinha vantagem para o seu adversário, não só pelo maior conhecimento dos troços, mas sobretudo porque dispunha de pneus Michelin, mais competitivos e a permitirem outra performance ao seu Skoda.

Na primeira secção Mikkelsen e Sordo trocando de posição diversas vezes na liderança, dando a ideia que a luta pela vitória poderia ter ido até final do rali. Contudo, progressivamente troço a troço, na derradeira secção, Mikkelsen foi consolidando a sua liderança e Sordo, mesmo tentando tudo, não conseguia com o seu Hyundai, equipado com pneus MRF, melhor que um excelente segundo lugar.

O estatuto de mundialistas de Mikkelsen e Sordo, acabou por se provar na prática, mas não se pode deixar de tirar o chapéu a Ricardo Moura que fez um rali muito bom... manchado apenas por um erro no troço final que lhe custou um justo e merecidíssimo pódio.

Efrén Llarena foi colocando sempre alguma pressão sobre Moura, durante o segundo dia, ameaçando que poderia chegar ao pódio, mas quando já achava que não era possível, este acabou por lhe cair nas mãos depois do erro do piloto açoriano, que terminou num inglório 4º lugar. Mesmo assim, para quem vinha sem ambições e sem expetativas para este rali, diga-se que Moura esteve em grande nível.

Nota menos para Alexey Lukyanuk que desistiu logo no primeiro troço da segunda etapa, com dois furos, provando que não estava minimamente focado nesta prova, passando completamente ao lado desta prova.

COMANDANTES SUCESSIVOS

Ricardo Moura (Pec 1 a 5); Daniel Sordo (Pec 6 e 7); Andreas Mikkelsen (Pec 8 e 9); Daniel Sordo (Pec 10); Andreas Mikkeseln (Pec 11 a 13).

VENCEDORES DE TROÇOS
Ricardo Moura (2); Daniel Sordo (3), Andreas Mikkelsen (6); Alexey Lukyanuk (1)

CLASSIFICAÇÃO FINAL
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sordoO primeiro dia do Rali dos Açores esteve carregado de emoções, de surpresas e até de algumas desilusões, fruto acima de tudo de um dia de rali "à" Açores em que o mau tempo barulhou as contas a quase todos os pilotos.

Com os pilotos principais a escolherem ordens de partida para os troços completamente absurdas (depois de no qualifying terem participado 22 pilotos), o rali tornou-se estranhamente competitivo logo do troço inicial e com um líder que poucos vaticinavam, Ricardo Moura, mas rapidamente justificou o seu andamento acima de tudo pelo conhecimento que tem dos troços, o que fez toda a diferença nas especiais enlameadas e em alguns casos com muito nevoeiro, sobretudo na primeira secção, tendo chegado a liderar o rali com 29,1s de vantagem após 4 especiais!!!

Porém, a armada mais "experiente" do europeu, aqui reforçada com o espanhol e mundialista Dani Sordo e o sempre irreverente Mikkelsen, aproveitaram as segundas passagens para recuperar terreno e com melhor conhecimento dos troços e melhores escolhas de pneus, assaltaram o primeiro lugar nos troços finais do dia.

Moura perdeu quase toda a vantagem na segunda passagem da Tronqueira, onde rodou alguns quilómetros com o limpa para-brisas avariado, aproveitando Sordo e Mikkelsen para encurtar a distância.

Na especial Marques, último troço do dia, Sordo passou mesmo para a frente do rali depois de inesperadamente ter Ricardo Moura ter sido muito prejudicado pelo pó (o dia acabou com pó!!!) que o fez parar nessa especial três vezes, perdendo assim muito tempo.

O espanhol lidera o rali no final do primeiro longo dia, mesmo afirmando ter errado na escolha de pneus na primeira secção e de nunca ter tido o carro nas condições ideiais em termos de acertos.

Andreas Mikkelsen subiu ao segundo lugar com o seu Skoda também após a especial Marques, depois de um dia em que teve muito altos e baixos, que se traduziram numa exibição não muito consistente mas para já eficiente que o coloca na rota da vitória.

Efrén Larena está no quarto lugar com o Skoda, num rali em que foi acima de tudo muito regular e até rápido, pois está a apenas a 27,3s do seu compatriota e líder do rali.

Erick Cais, em Ford Fiesta, Mikolaj Marczyk, em Skoda Fabia, estão nas posições seguintes, já a mais de uma minuto de Sordo, mas qualquer dos pilotos, mesmo não tendo dado nas vistas, tiverem exibições muito consistentes.

Sinal menos para o russo Alexey Lukyanuk. Esteve no melhor, ao vencer um troço, mas também esteve no pior, ao furar e ter tido uma forte e sortuda saída de estrada, o que lhe acarretou já um atraso considerável, quando parecia ser o piloto a bater nesta prova. Por outro lado, o russo parece um pouco desligado do rali embora o espetáculo esteja sempre garantido a cada passagem do piloto.

Outro piloto que passou ao lado do rali foi Yoann Bonato, no Citroen C3 Rally2, acabou no terceiro troço a sua prova com um aparatoso despiste.

Nas hostes nacionais (leia-se açorianas), de Moura já falamos, embora ainda se diga que venceu o rali nas contas para o Regional dos Açores, prestação demasiado cautelosa de Luís Rego Jr e de Rafael Botelho, que foram segundo e terceiro. Tal exibição deve-se aos acontecimentos do primeiro troço, com Pedro Antunes a capotar o seu Citroen enquanto Ruben Rodrigues, no outro C3 Rally2, a partir uma transmissão. Ambos ficaram logo pelo caminho!!!

Com estes pilotos de fora muito cedo, nem Rego, nem Botelho arriscaram um milímetro, o que permite ao jovem do Skoda Fabia R5 assistido pela The Racing Factory passar a liderar o Campeonato dos Açores de Ralis.

COMANDANTES SUCESSIVOS

Ricardo Moura (Pec 1 a 5); Daniel Sordo (Pec 6)

VENCEDORES DE TROÇOS
Ricardo Moura (2); Daniel Sordo (1), Andreas Mikkelsen (2); Alexey Lukyanuk (1)

CLASSIFICAÇÃO PRIMEIRO DIA
acoresdia1clas

 

acores1soltasComo é da tradição, a Ilha de São Miguel recebe com muita envolvência a caravana do ERC. A organização está mais motivada do nunca para ter na estrada um rali acima das expetativas, até para demonstrar a "quem de direito" que o Rali dos Açores deveria ter recebido também a caravana do Campeonato de Portugal de Ralis.

Rui Moniz, presidente do Grupo Desportivo Comercial, mostrou-se natural insatisfeito pela "não" presença dos pilotos do CPR, mas afirmou que para o ano tudo regressará à normalidade e quase garantiu que o CPR estará de novo no Rali dos Açores em 2022.

Uma das apostas da organização foi na comunicação. Por exemplo, ao longo dos três dias de competição vai haver (e está a haver) uma extensa cobertura mediática, com transmissões televisivas contínuas de tudo o que se está a passar no rali. Para acompanhar a prova basta ver AQUI.

Ricardo Moura não poderia faltar ao "seu" Rali dos Açores. Neste regresso a uma prova que já venceu, o pluricampeão nacional e regional, vai estrear um novo Skoda Fabia Rally2 Evo edição 120 anos. Quanto às expetativas para esta prova, Moura foi parco em palavras e prefere esperar para ver o que vai acontecer, mas disse "que as ambições agora são diferente pois estou a fazer poucos ralis por ano".

Dani Sordo é uma das estrelas desta prova. O espanhol em estreia nos Açores disse que "adoro o rali e as passagens são espetaculares. É um rali muito desafiante com muitas curvas e zonas muito estreitas. Mas estou confiante para obter um bom resultado".